Não é nada parecido com Clarice.

maio 28, 2011

Este texto não será um marco na literatura brasileira nem ao menos vai tocar a sua alma, esse texto é meu. E se você não quiser ler as minhas observações, fique a vontade pra ler Clarice Lispector e achar que descobriu a roda.

O que me incomoda na alma, realmente na alma, o que na alma me incomoda, o que não deixa minha alma em paz, o que faz a minha alma vir pra fora, o que faz o fora ser tão alma mas tão junto que incomoda, é gostar do que sou. Gosto do que sou por alma, do que sou por fora e sofro por não ter coragem de me tornar aquilo que tanto desejaram que eu me tornasse: Uma loira magérrima, que fala baixo, que ri das piadas dos outros, que só gosta de músicas calmas, que alisa o cabelo, uma mulher bonita. Não fui. Gosto do que sou e ao mesmo tempo sofro por gostar de mim, pois eu já me convenci milhares de vezes que se eu tivesse sido, estaria bem melhor. Não sou. Gosto disso a tal ponto que sofro, que a minha alma sofre, que incomoda minha alma a tal ponto que sofro por querer ser o que não sou e gostar do que sou. Uma pergunta que não exige resposta é uma pergunta retórica e só serve pra salientar aquilo que você já sabe. E se você já foi tão tocado mil vezes, já mergulhou como ela mergulhou, sabe. E não pense que esse texto é sem sentido, desconexo ou algo do tipo. Gosto do que sou, não queria ser o que sou, não vou mudar. Não sobrevivi ao efeito da merda do bulling. Sou complexada, luto diariamente contra eles, os entendi, sei o que sou, gosto do que sou, e queria ser algo que não gosto. E isso incomoda tanto a alma que sabe que vai ser chamada de negativa, veja o lado positivo: Escrevo assim porque quero. Não li, não me rendi, não quero saber de Clarice, a minha cometeu suicídio, duplo.


maio 17, 2011

Quem dera eu pensasse tanto antes de falar quanto penso antes de escrever.

E começo a escrever querendo ser tão clara, tão entendida, que acabo não dizendo nada pra ver se alguém me entende. Ilusão. Manifestando ou não, ninguém vai entender. Ser o que sou, dizer ou não dizer, escrever ou não e o que? Não interessa. As pessoas racionalizam suas emoções, eu as verbalizo.


maio 2, 2011

Se sabes ser sincero, mas não reconheces sinceridade, é porque algo está errado. Acho pobre o querer ser transparente a qualquer custo e não ir além da sua própria casa de vidro.